Testemunhas de defesa complicam Roseana no processo de cassação
Hildo Rocha confirmou os convênios com as prefeituras |
Os
secretários Hildo Rocha (Assuntos Políticos) e Sérgio Macedo
(Comunicação) foram as duas únicas testemunhas de defesa que
compareceram nesta segunda-feira (05) no auditório do TRE -Tribunal
Regional Eleitoral- para prestar depoimento no processo em que o
ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB) pede a cassação da governadora
Roseana Sarney (PMDB) e do vice, Washington Oliveira (PT), por abuso de
poder econômico nas eleições de 2010
Hildo
Rocha depôs durante mais de quatro horas e não soube explicar porque o
governo celebrou quase mil convênios apenas no mês de junho de 2010. O
secretário gaguejou quando indagado pelo Procurador Regional Eleitoral
qual a razão de o governo assinar mais de quinhentos convênios apenas
nos dias 23 e 24 de junho, com prefeituras e entidades privadas. Ele
informou que tudo decorria porque o “ano era muito curto, e os técnicos
tiveram de fazer a análise dos convênios em pouco tempo”.
Questionado
pelo advogado e deputado Rubens Junior se em 2011 o Estado estava
“quebrado”, Rocha disse que não, pois “as finanças do Estado estavam
todas em dia, inclusive com pagamento de fornecedores e salários de
funcionalismo em dia e realização de obras”.
Rocha
ainda disse que o governo assinou inúmeros convênios com municípios
cujos prefeitos eram de partidos de oposição à Roseana Sarney, listando,
inclusive, quais foram.
Sérgio Macedo deu anminésia no depoimento |
As
outras oito testemunhas de defesa da governadora que não compareceram,
foram objeto de desistência por parte dos advogados da acusada. Para a
acusação, “a desistência prova que as chincanas usadas para adiar várias
vezes a audiência, tinha apenas o propósito de atrasar o processo de
cassação, e não que as referidas testemunhas de defesa fossem ouvidas”.
Arrolado
com testemunha, o secretário de Saúde, Ricardo Murad, cunhado de
Roseana Sarney, terá até o próximo dia 10 para ser ouvido. Os advogados
Abdom Marinho e Rubens Junior sustentaram que Ricardo é impedido de
depor, em função do parentesco com Roseana e não poderia ter o
privilégio de marca data para ser ouvido. No entanto, o juiz Sérgio
Muniz manteve a decisão de intimar Ricardo Murad para que ele marque,
até o dia 10 de março, próximo sábado, para ser ouvido. Até esta data,
com ou sem o depoimento de Murad, Muniz afirmou que devolverá a carta
de ordem ao TSE.
Ao
final da audiência, os advogados do ex-governador José Reinaldo, Abdom
Marinho e Rubens Junior, afirmaram que as testemunhas de defesa da
governadora só reforçaram a ocorrência do abuso de poder político de
econômico nas eleições de 2010. Especialmente em relação ao depoimento
Hildo Rocha, afirmaram que foi o melhor depoimento que a acusação
poderia ter.