Em artigo desta semana, presidente da Embratur fala da importância da valorização do desenvolvimento sustentável em São Luís. Dino participou da Rio+20 ao lado da presidente Dilma Rousseff
Esta semana, participei com a presidente Dilma da abertura da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. O encontro de mais de 180 chefes de Estado serve para atualizar, 20 anos depois, os acordos internacionais sobre meio ambiente feitos na Eco 92.
Só
o fato da expressão “Desenvolvimento Sustentável” estar inscrita no
nome da conferência já representa um grande avanço em relação à primeira
vez em que a ONU debateu o tema, em 1972, na chamada Conferência de
Estocolmo. O debate ficou marcado pela disputa entre dois extremos. De
um lado os que defendiam a bandeira “desenvolvimento zero” – ou seja, a
interrupção de qualquer processo de crescimento econômico. Alegavam que
só assim seria possível reduzir a poluição no mundo. Esqueciam que para
reduzir a pobreza em nosso planeta e melhorar as condições de vida de
bilhões de pessoas é necessário que a economia siga crescendo, com
distribuição de renda.
Do
outro lado no debate da Conferência de Estocolmo, ficaram os defensores
de um “desenvolvimento a qualquer custo” – esquecendo que a degradação
ambiental também representa uma perda de qualidade de vida dos cidadãos.
Basta ver estudo recente da USP que aponta que cerca de 3,5 mil pessoas
morrem por ano, na cidade de São Paulo, por doenças decorrentes da
poluição.
Quarenta
anos depois, sabemos que os dois lados estavam errados, mas tinham
parte da razão. Não podemos privar as nações – principalmente com tantas
mazelas sociais históricas como o Brasil – de seguir gerando riquezas e
distribuindo renda. Tampouco podemos buscar esse crescimento ao custo
do bem-estar ambiental de todas as gerações ainda porvir, afetando nosso
clima, segurança hídrica e regime de chuvas.
Nossa
nação tem a maior diversidade biológica do planeta. Dos cerca de 1,5
milhão de plantas e animais classificados no mundo, 13% estão em
território brasileiro. Um estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa) estima, com base em dados internacionais, que o
Brasil detém 28,3% das florestas mundiais. É, de acordo com esse
levantamento, o país que mais preservou suas florestas originais.
As
condições naturais de nosso país não nos permitem menos do que inovar
totalmente nos caminhos do desenvolvimento econômico. Se temos a maior
cobertura florestal do planeta e, ao mesmo tempo, somos um dos líderes
da produção de alimentos, é sinal de que podemos combinar, de uma forma
talvez única, a preservação com o desenvolvimento.
Entretanto,
muito mais que isso, temos de conjugar esses dois fatores de modo a
gerar melhora da qualidade de vida das pessoas. Por isso, destaco que
algumas das maiores iniciativas que podem ser feitas em favor do meio
ambiente estão nas cidades,com o tratamento adequado do esgoto e do
lixo.
Esses
são dois temas que deveriam ser prioridade das prefeituras do Brasil,
principalmente da nossa São Luís. A falta de tratamento adequado ao
esgoto produzido nas cidades maranhenses é um triste destaque nacional
de nosso estado. Não à toa, o PAC 2, da presidente Dilma, reservou a
municípios do Maranhão mais de uma centena de projetos, visando suprir o
que deixou de ser feito por décadas de desgoverno de uma oligarquia
decadente.
O
ranking Trata Brasil – que mede o nível de cobertura das redes de
esgoto no Brasil, coloca nossa capital na triste 65ª posição em uma
lista de 85 cidades brasileiras com mais de 300 mil habitantes. Ou seja,
para fazer valer o empenho do governo federal em obras de melhoria de
nosso estado, muito há que se fazer para que o Maranhão seja melhor para
todos nós.
Fonte: Jornal Pequeno
Fonte: Jornal Pequeno