segunda-feira, 11 de março de 2013

Flávio Dino: Tempos de Mudança

Artigo publicado no Jornal Pequeno em 10/03/2013


Andar pelo Maranhão visitando as comunidades é prática fundamental para quem almeja conhece-lo no rosto de nossa gente, na singularidade de cada município e no potencial que cada recôndito do Maranhão tem a desenvolver. As conversas que temos com cada um de nossos conterrâneos são fonte inesgotável de sabedoria e de reflexão. Cada qual com uma história de vida, de luta, de sofrimento e de superação; são eles os verdadeiros conhecedores do Maranhão como ele é.

Desde 30 anos atrás, quando optei por fazer parte de movimentos sociais, nas lutas pelo restabelecimento da democracia no Brasil, tenho buscado o encontro com as diferentes realidades que se apresentam no Maranhão. Foi assim no movimento estudantil, na advocacia sindical, na magistratura e na Câmara. É assim no governo federal, ajudando a presidenta Dilma.

Com todas essas experiências, penso que um dos retratos mais inaceitáveis é a desigualdade que ainda impera, pois continuamos nas últimas posições em todos os índices de desenvolvimento social e humano.

Recentemente, discutimos em Imperatriz a defasagem do ensino universitário no Maranhão; hoje somos o estado com menor percentual de adultos com formação superior (apenas 3,6% dos maranhenses possuem ensino superior completo). Então, por que ter apenas uma Universidade para atender a um estado tão plural?
Na verdade, precisamos da implantação de uma universidade em cada uma das regiões do estado, por exemplo para formar médicos que atendam os mais pobres. O quadro educacional fica ainda mais preocupante se observarmos que um em cada cinco maranhenses adultos ainda não foi alfabetizado.

O Maranhão precisa ser guiado por um projeto real de desenvolvimento. As promessas eleitorais de 4 em 4 anos, sempre iguais e repetidas há 50 anos, beneficiam apenas aqueles que estão no poder e se acham donos dos destinos do nosso povo.

Em substituição a esse modelo equivocado que quer se eternizar, o Maranhão deve ter uma política industrial democrática, apoiando as vocações reais da nossa economia, e rompendo com essa ficção dos grandes projetos salvadores que, quando saem do papel, concentram riqueza nas mãos de poucos.

É bom que tenhamos grandes empreendimentos, mas sem extorsões e demagogias salvacionistas, típica de quem usa investimentos privados para auferir ganhos pessoais e eleitorais.

Com essa interpretação sobre o Maranhão, estamos propondo uma virada de página que abra as avenidas da esperança ao nosso maravilhoso povo, que merece os primeiros lugares e o que há de melhor. Natural que os poderosos tentem desqualificar e até se apropriar dos caminhos da mudança. Mas, andando pelo Maranhão, dialogando com a sociedade, tenho fé de que a arrogância e o terror não irão se impor.

Por isso, concordo: vivemos tempos de mudança. De verdade.

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